segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Ping Pong com Gianda Oliveira


Esse rosto faz parte do nosso almoço há um ano e meio. Gianda Oliveira, competente apresentadora do TEM NOTÍCIAS, da Rede Globo, concedeu uma entrevista exclusiva ao ATITUDE AGORA.


Lisi - A sua batalha sempre foi para ser apresentadora de telejornal?
Gianda - Nunca pensei. Nem procurei. Minha batalha mesmo foi pra ser repórter, independentemente de qual jornal seria. Comecei na produção e depois acumulei a função de repórter. Foi uma fase rica em aprendizado e conhecimento. Como queria voltar a Rio Preto aceitei o convite de trabalhar como videorepórter em Catanduva, minha cidade, logo que a unidade foi inaugurada. Foi um novo desafio. Eu e a Andréia Fuzinelli produzíamos as reportagens inteiras. Depois surgiu uma vaga no Globo Esporte quando cobri licença maternidade da Elaine Datti. Encarei mais um desafio porque além de apresentar eu também editava. Foi ótimo o período, principalmente para entender os macetes de das matérias esportivas. Acho que a experiência deu certo porque quando a Luciana Machado foi apresentar o Tem Notícias 2a. edição o Léo Freitas, gerente de jornalismo, me propôs dividir a bancada com o Lúcio e eu aceitei.


Lisi - O jornalista normalmente não se contenta em apenas dar a notícia, ele se envolve, vai atrás de respostas e soluções. Você também é daquelas que não sossega nem encerra a reportagem enquanto alguma atitude não seja tomada?
Gianda - É inevitável, principalmente quando sabemos que através do nosso trabalho é possível obter uma mudança em relação a um determinado assunto. Mas para tudo existe um limite. Em muitos casos não tem como obrigar uma atitude do Poder Público. O nosso trabalho é uma voz, uma representatividade do povo e de suas reivindicações. Esta semana o assessor de imprensa de uma Prefeitura da região em resposta a um questionamento que fizemos disse: "Ema, Ema, Ema. Cada um com seus problemas". O nosso limite neste caso foi o de reproduzir o que ele disse. Com as mesmas palavras. Infelizmente!


Lisi - Já passou em algum momento na sua cabeça jogar tudo para o alto e mudar de profissão?
Gianda - Mudar de profissão não. Mas quando estava em Botucatu houve momentos em que pensei que não iria aguentar. Era muito puxado. Estava em uma cidade desconhecida. Sem família, sem amigos. Trabalhava de manhã à noite direto. Minha mãe novamente foi fundamental pra me fazer enxergar que era apenas uma fase e que poderia superar. E graças a Deus superei.


Lisi - Como é a reação das pessoas que foram denunciadas ou criticadas no telejornal ao te encontrarem?
Gianda - Nunca tive problemas com isso, ainda bem.


Lisi - Defina na sua concepção qual a função de um jornalista.
Gianda - Além de informar e saber informar corretamente, acredito que o jornalista deve ser principalmente um questionador nato, curioso sempre. Desconfiar sempre de todas as versões e possuir um pensamento crítico para enfim exercitar sua capacidade de ser um formador de opinião.


Lisi - Essa carreira exige muito dos profissionais. Você tem tempo para cuidar da vida pessoal?
Gianda - A gente sempre encontra uma maneira. É claro que não se compara com quem trabalha certinho de segunda à sexta, com horário pra entrar e sair. O nosso tempo dedicado ao lazer, por exemplo, é menor. E a cada 15 dias, quando temos folga. Mas a gente também acostuma a não ter fim de semana, feriado, natal ou ano novo, carnaval... Sem falar nos horários malucos de madrugada.

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