terça-feira, 16 de outubro de 2007

Prazer falsificado e industrializado

Os estímulos mentais amor e alegria foram substituídos no 3° milênio por sexo e dinheiro.
O mundo gira em torno de dinheiro. Família, saúde, lazer e outras coisas estão cada vez mais distantes de ocupar a cabeça dos habitantes dessa nova era. As pessoas de tão obcecadas em lucrar a curto prazo acabam ficando doentes e nem conseguem desfrutar o valor conseguido. A ganância é tanta que é considerado feliz aquele que tem um carro novo e uma casa valiosa pra morar. Conceitos como se ele é bem casado, saudável, satisfeito nem vem a tona. O negócio hoje em dia é ter status.
Tanta futilidade desencadeou uma série de novas doenças: estresse, síndrome do
pânico, depressão, bulimia e anorexia.
Atualmente alegria está ligada a posição social, e essa é uma falsa sensação de prazer. Afinal, de que adianta dinheiro no banco se não tiver saúde ou não estar bem psicologicamente e espiritualmente?
Nossas crianças estão sendo educadas para ganhar dinheiro, basta comparar as brincadeiras. Antes pulava-se corda, amarelinha, corria nas ruas. Hoje elas tem consultório médico para brincar, banco para lidar com dinheiro, jogos em que fecham negócios, cidades virtuais para administrar.
O amor acabou virando teoria nessa loucura toda. Amor de verdade agora é coisa de filme, de novela, letra de música, pois na realidade não existe mais. Ele foi substituído pelo sexo, pelo prazer carnal. Algumas mulheres desse milênio consideram o parceiro ideal aquele que tem um carro melhor, não importa se é careca, desdentado e vesgo, ele é mais desejado que o bonitinho do carro popular. Se ele é simpático ou inteligente? Não importa, dentro daquele conversível ele pode ser o que quiser.
A garrafa de whisky da mesa dele com certeza vai atrair mais olhares do que a cerveja do garoto do lado. O que as pessoas não sabem que justamente esse, o da cerveja, tá procurando alguém para ter um relacionamento mais sério, enquanto o outro quer apenas curtição, dê-se por satisfeita a menina que ele pelo menos olhar na cara no dia seguinte.
Mas as meninas preferem uma noite naquele carrão para poder contar vantagem as amigas depois do que várias no carro popular.
E a felicidade onde fica? Talvez no fim da vida, quando olhar para trás, perceber que está na etapa final e não há mais tempo de resgatar o sorriso perdido, vai notar o quanto ela é importante.

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